O programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) registrou recorde de produção na safra 2022/2023. Foram 2,55 milhões de toneladas de pluma certificada, 28% a mais que o alcançado em 2021/2022. Considerando o volume total produzido no período, que foi de 3,1 milhões de toneladas, a participação do ABR equivale a 82%. A iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), executada em campo pelas suas associações estaduais, foi implementada com este nome em 2012 e, já no ano seguinte, começou a operar no Brasil, em benchmark com a Better Cotton (BCI), referência mundial em licenciamento de algodão responsável.
No ciclo 2022/2023, o Brasil respondeu por 37% de todo o algodão Better Cotton (BC), que somou 5,4 milhões de toneladas de pluma. A proposta do ABR é promover a evolução progressiva das boas práticas sociais, ambientais e econômicas nas fazendas de algodão do Brasil. Trata-se de uma certificação voluntária, totalmente alinhada às legislações trabalhista e ambiental do país.
O protocolo possui 183 itens de verificação, antes da certificação, e oito critérios:-Contrato de trabalho-Proibição do trabalho infantil-Proibição do trabalho análogo a escravo, indigno ou degradante-Liberdade de associação sindical-Proibição de discriminação de pessoas-Segurança, saúde e meio ambiente do trabalho rural-Desempenho ambiental-Boas práticas agrícolas
Itens como proibição do trabalho infantil e análogo a escravo, são obrigatórios. O cumprimento e desempenho nestes itens é verificado e certificado por auditorias de terceira parte.
Na safra 2022/2023, as empresas habilitadas para este fim foram a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Genesis Certificações.
No mesmo período, a produção certificada pelo programa ABR se deu em 374 fazendas, em 82 municípios de nove estados brasileiros, com a mobilização de sete das nove associações estaduais da Abrapa: Abapa (Bahia)Agopa (Goiás)Ampa (Mato Grosso)Ampasul (Mato Grosso do SulAmapa (Maranhão)Amipa (Minas Gerais)Apipa (Piauí)
Sustentabilidade: O compromisso com a sustentabilidade assumido pelo cotonicultor brasileiro tem colocado o Brasil numa posição diferenciada em relação a outras origens produtoras de algodão no mundo. “Nós acreditamos que a introdução de boas práticas é uma condição para o sucesso e a longevidade do negócio, como uma vantagem para o produtor, que resulta num produto alinhado aos anseios do consumidor em todo o mundo”, explica o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.
Empregos:
As fazendas certificadas pelo programa ABR geraram 38 mil empregos formais na última safra, dos quais, 11% foram ocupados por mulheres e 500 por trabalhadores com deficiência física.
EFICIÊNCIADe acordo com a Abrapa, os indicadores do programa dão conta do incremento da eficiência nas fazendas que aderem à certificação socioambiental. Na safra 2022/2023, a média de produtividade nas unidades produtivas ABR foi 4,6% superior à média nacional. Durante o levantamento, realizado em julho de 2023, as fazendas ABR obtiveram produtividade de 1924 quilos de pluma por hectare, frente à média brasileira, então estimada em 1.840 quilos de pluma por hectare.
Com informações da Agência Safras
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