Duas notícias movimentam o mercado nacional de etanol. A primeira trata de investimentos no setor de cana, como a reativação da usina de Anaurilândia, no Mato Grosso do Sul, do Grupo Agroterenas. A segunda é sobre o aumento da produção do biocombustível à base de milho.
Cana:
Em reunião com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, representantes do Agroterenas, e o prefeito Edson Takazono, de Anaurilândia, trataram da concessão de incentivos fiscais e deram entrada ao pedido de Licença de Instalação da usina de etanol na cidade.
O Grupo Agroterenas pretende reativar a usina de Anaurilândia (antiga Usina Aurora) em 2024 e a previsão é que sejam gerados 650 empregos diretos. Atualmente, já estão trabalhando na empresa cerca de 300 funcionários, afirmou o diretor administrativo Cláudio Takao. Serão investidos mais de R$ 100 milhões para reativação da planta e a produção estimada é de 80 mil metros cúbicos de etanol por ano.
O secretário Jaime Verruck disse que o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) vai elaborar um cronograma para acompanhar o andamento das obras e proceder o processo de licenciamento de modo a não haver atrasos. "Isso mostra que o setor sucroenergético avança no Estado. Tivemos há pouco o anúncio da usina de Paranaíba e agora também a usina de Anaurilândia que já tem mais de 300 funcionários trabalhando e começa a operar efetivamente em maio do ano que vem", disse Verruck.
Números:
✅Mato Grosso do Sul é o quarto maior produtor de cana e exportador de bioeletricidade para o SIN (Sistema Integrado Nacional).
✅ O estado é o quinto maior produtor de açúcar e de etanol.
✅ A atividade gera mais de 30 mil empregos diretos.
✅Só com o pagamento de salários, injetou mais de R$ 834 milhões na economia em 2021.
✅A cultura ocupa 800 mil hectares no estado, espalhados por 39 municípios.
✅84% das lavouras estão concentradas na região Cone-Sul.
✅17 usinas estão em operação, todas produzindo etanol hidratado (o etanol usado como combustível).
✅12 unidades produzem o etanol anidro (que é misturado na gasolina)
✅10 produzem açúcar e todas transformam o bagaço e a palha da cana em eletricidade.
Essa energia foi responsável pela geração de 2,3 megawatts/hora de energia em 2021, mais do que consumiram todas as residências do Estado no período (2,1 MWh), conforme dados da concessionária de energia.
Mais usinas:
No início do ano o Grupo Pedra Agroindustrial S/A, de Andradina (SP), anunciou a aquisição da planta da Usina Orbi Bioenergia, localizada na Fazenda Toca da Coruja, no distrito da Vila Raimundo, em Paranaíba. O empreendimento estava semiacabado e pertencia à Companhia Energia Renovável (Cern) e com a troca de dono passou a se chamar Usina Cedro.
A expectativa é concluir as obras e começar a produção em 2024, quando se espera moer 1,2 milhão de toneladas de cana-de-açúcar até chegar à plena capacidade da planta de 5 milhões de toneladas. O investimento previsto na conclusão da Usina Cedro é de R$ 400 milhões e serão gerados até 1.200 empregos diretos e indiretos, conforme anunciou o Grupo na época.
Milho:
Não é só da cana que se produz combustível. O Brasil já é o segundo maior produtor de etanol de milho em nível mundial, atrás apenas dos Estados Unidos.
A produção saltou de 520 milhões de litros para 4,5 bilhões de litros nos últimos cinco anos. Isso representa crescimento de 800% no período. De acordo com a Unem (União Nacional do Etanol de Milho) estima-se que até 2030, esse volume chegue a dez bilhões de litros.
Com isso, a expectativa é que a participação desse combustível no mercado nacional passe de 15% para 20%. O crescimento da produção de milho, especialmente a segunda safra, reforça esse cenário.
Conteúdo: Deere Conecta - com as informações da Agência Safras, Caged (Cadastrado Geral de Empregados e Desempregados), Imasul, Biosul e Unem
Comments